Por Carina Costa
No último dia da SP Fashion Week Trans N42, cabe fazer um balanço sobre o que os profissionais de moda pensam sobre o tão falado “see now, buy now”, ou “veja agora, compre agora”. O novo sistema entrou efetivamente nesta edição transformadora da principal semana de moda nacional, com várias marcas que aderiram a esta proposta de modelo de produção que mexe com toda cadeia criativa.
Conversamos com algumas profissionais da área para saber o que elas consideram como prós e contras desta mudança. Confira os depoimentos:
“Acho incrível ter acesso a essa atualização de informação de moda e eu, como consumidora, acho ótimo comprar o que gosto no ato. O lado ruim é que vão ter peças que vou enjoar rápido. O boom é mais inicial, compro uma roupa, uso bastante e depois já dá vontade de comprar a próxima peça. O consumismo aumenta”, Carol Heinrichs, blogueira.
“O interessante é suprir a vontade, o desejo e o sonho imediato daquela pessoa que vê uma peça no desfile e pode comprá-la de forma instantânea. Isso é bom para ela, para roda da economia e para o estilista. O contra é a economia brasileira, pois fazer moda no Brasil ainda é uma coisa difícil. Outra questão é encontrar uma mão de obra especializada como uma bordadeira ou uma artesã que faz somente tricot. Mas o see now, buy now é importante, é tácito, faz nossa economia virar. O que precisa é suporte e planejamento”, Heloisa Tolipan, jornalista de moda.
“Existem prós e contras. Para o processo criativo, as marcas e os estilistas precisam se adaptar ao novo. O pró é que temos que nos reinventar o tempo todo, não só os empresários neste momento de crise, como a gente enquanto mídia, que estamos mudando o tempo inteiro. Os estilistas também vão ter que reinventar o modo como trabalham, porque isso é uma demanda do mercado. Quem manda no que está acontecendo hoje é o consumidor final. Não adianta fazer algo que seja melhor para sua marca e, sim, para o seu público. Então, nesse ponto eu acho que é positivo, quem preencher este vácuo antes vai sair na frente de quem ainda não aderiu. Por outro lado, o processo criativo dos estilistas fica cada vez mais apertado e difícil. É um momento de adaptação. Alguns estão sofrendo muito com isso, outros resistentes e tem também quem está no meio do caminho”, Adriana Bechara, diretora de moda da revista Glamour Brasil.
Existe todo calendário de indústria acontecendo no Brasil e no exterior. Sinal dos novos tempos!
SP Fashion Week N42 :: O que você pensa sobre o ‘see now, buy now’?
Foto: Carina Costa.