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O sumiço da marca americana Marchesa

Por Letícia Santana

A Marchesa, lançada em 2004 pela dupla Karen Craig e Georgina Chapman, rapidamente se consolidou como uma das grifes mais desejadas do mundo. Com um DNA extremamente elegante, a maison passou a fazer parte dos tapetes vermelhos de todos os calendários de premiações. Anne Hathaway, Sandra Bullock, Chrissy Teigen e Cate Blanchett foram apenas algumas das muitas atrizes que tinham a Marchesa como marca queridinha quando o assunto era Met Gala, Cannes, Globo de Ouro e, até mesmo, Oscar. Porém, tudo mudou quando as denúncias de assédio sexual começaram a balançar Hollywood.

O sumiço da marca americana Marchesa

Com a chegada do movimento Me Too, foram muitos os atores, diretores e fotógrafos expostos (e com toda a razão, diga-se de passagem) por mulheres da indústria cinematográfica que já foram assediadas ou violadas por eles. Dentre os tantos, está o produtor Harvey Weinstein, denunciado pelas atrizes Lupita Nyong’o, Angelina Jolie, Cara Delevingne, Lena Headey, Rosanna Arquette e cerca de mais vinte outras. Como isso atingiu a Marchesa? Uma das co-fundadoras, a Georgina Chapman, foi casada com Weinstein por mais de 10 anos. Pouco depois das primeiras denúncias que revelaram os abusos feitos pelo seu marido, a estilista anunciou a separação: “O meu coração está devastado devido às mulheres que sofreram uma dor tremenda com essas ações imperdoáveis. Escolhi deixar o meu marido. Tomar conta dos meus filhos é a minha prioridade e peço privacidade neste momento”, declarou em um comunicado à revista People.

Depois deste escândalo, a Marchesa sumiu de todos os red carpets, teve desfile cancelado, o seu frenesi foi reduzido drasticamente e famosas se recusaram a usar a marca. Mas por quê uma mulher deve ser punida pelos erros de um homem? Foi com este pensamento que, em uma ação que dividiu opiniões, Scarlett Johansson resolveu apoiar Georgina e escolher a Marchesa para ser a responsável pelo seu vestido do MET Gala. “Vesti Marchesa porque as roupas nos deixam confiantes e bonitas. É um prazer apoiar uma marca criada por duas mulheres incrivelmente talentosas”, contou à revista Variety. Logo depois, em entrevista ao programa The Late Show, Anna Wintour concordou com a atitude da atriz: “Georgina é uma estilista brilhante, e eu não acho que ela deva ser culpada pelo mau comportamento do marido. Acho que foi um grande gesto de apoio da parte de Scarlett usar um lindo vestido como esse em uma ocasião tão pública”.

O sumiço da marca americana Marchesa

A Marchesa é uma marca importante para a indústria da moda, dirigida por mulheres e que ocupa um espaço necessário. Ninguém sabe o que se passava entre Georgina e Harvey, mas se sabe que não há razão para atacar a Marchesa. Não há razão para a mulher pagar pelos erros de seu ex-marido. O boicote deve ser feito aos filmes da Miramax, produtora de Weinstein. São os sucessos dele que devem sair da biblioteca do Netflix e não as peças de sua ex-esposa das lojas.

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Fotos: Reprodução.

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