Por Arlindo Grund e Lari Mariano
A Mondepars apresentou uma coleção coerente com sua proposta estética, reafirmando seus valores por meio de um vestuário sem gênero que prioriza a sofisticação e o apuro visual. As criações oferecem uma leitura contemporânea da moda brasileira, equilibrando informalidade e ousadia de maneira harmoniosa. Sasha Meneghel, diretora criativa da marca, soube interpretar e materializar suas ideias com precisão.
Reafirmar os valores é uma escolha de coerência: e fala bastante sobre a proposta estética à qual se alinha a Mondepars. Falamos de um vestuário sem gênero — sofisticado e apurado visualmente falando. É sobre um olhar que sabe equilibrar: comunica ousadia, informalidade e, acima de tudo, é capaz de tornar material. É esse o olhar de Sasha Meneghel, diretora criativa da marca.
O protagonismo da passarela é da alfaiataria precisa, estruturada e refinada, cuja linguagem também fala de uma palavra importante nesse discurso feito visualmente. Identidade. Dessas múltiplas, que se revelam em corpos e identidades diferentes entre si — mas que sabem convergir numa cartela de cores com sobriedade.
Um mistério que não cala, mas que sabe sua estratégia de aparecer: e vem ao uso de camadas, costuras localizadas, enquanto a fluidez dos tecidos mostrou uma sensualidade feita à sutileza dos movimentos.
Foi sobre ressaltar. E é neste caminho que os acessórios, em especial as bolsas, amplificam uma mensagem de ousadia e mais irreverência. É sobre saber explicar o diferente sem que ele fale a mesma língua de uma coleção inteira e possível.
Fotos: Zé Takahashi.