Por Paulo Ricardo
William Hurt, ator de inesquecíveis papéis no cinema, nos deixou no último dia 13 de março, aos 71 anos de idade. Uma das suas interpretações mais marcantes foi a do homossexual Luís Molina, no filme O Beijo da Mulher Aranha, que rendeu a ele a Palma de Ouro em Cannes e o Oscar em 1986.
O filme é uma coprodução brasileira e estadunidense, baseado na obra de Manuel Puig, com direção de Hector Babenco e filmado em São Paulo.
Na trama, dois presos dividem a mesma cela. Molina, condenado por pedofilia, e o preso político Valentim, vivido por Raul Júlia. Do inusitado encontro e estranhamento Inicial dos dois personagens com diferenças sexuais e políticas, surge uma amizade – ou mais que isso. Para ajudar a passar o tempo naquela cela fétida, Molina conta para Valentim histórias românticas de filmes que ele assistiu. Num exercício de pura metalinguagem, acompanhamos o filme dentro do filme, o cinema como escape da dura realidade. William Hurt cria seu personagem com alma e bem distante de estereótipos, e é impossível não se deixar levar.
Ao receber o Oscar William Hurt lembrou do tempo vivido no Brasil durante a filmagem, e
mandou um recado para os brasileiros no português um tanto enrolado, mas emocionante: “tenho saudade”.
O filme ainda traz Sônia Braga no elenco, e está disponível em algumas plataformas de streaming, como a do Itaú Cultural, de acesso super fácil e grátis, e também na Globoplay.
Fotos: Reprodução.