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Novos estilistas, novos momentos

Por Letícia Santana

A semana de moda mais aguardada, também conhecida como santa Paris Fashion Week, iniciou-se na terça da última semana (23/09). Logo de cara, confirmou-se uma tendência já prevista: cada vez mais, as coleções de grandes marcas tornam-se puramente comerciais. O jovial, o falso despretensioso e o famoso “ready to instagram” dominaram as passarelas.

O que foi desfilado nada mais é do que uma intensa repetição do já visto, sem novidades e sem desafios, e as coleções se mostraram extremamente engessadas. A estratégia é clara: dominar as redes sociais. Porém, ao se pensar a médio/longo prazo, rapidamente pode se chegar à conclusão do quão falha essa tática é. O erro começa na falta de identificação e conexão entre as coleções e as marcas. Esse grande troca-troca de estilistas que vem acontecendo nas maiores grifes provocam a perda do seu verdadeiro DNA. Assim, os novos estilistas que assumem a direção, se deixam levar pelo instantâneo e se esquecem que as marcas tem uma linha a ser zelada e seguida.

Se vive um momento em que apenas criar peças não é o suficiente, é necessário criar um lifestyle completo que se torne desejo do público-alvo. Justamente por isso, jovens deveriam assumir a direção das marcas, cujo desejo é criar para os millennials. Dessa forma, deixa de ser engessado e passa a ter verdade. Obviamente, as marcas precisam vender, mas o correto seria encontrar um equilíbrio para que também possa haver legado, conceito e história.

Novos estilistas, novos momentos

Recentemente, Clare Waight Keller saiu da Chloé e quem assumiu a direção criativa da marca foi Natacha Ramsay-Levi. Natacha começou a carreira no universo da moda servindo cafezinho na Balenciaga, aos poucos foi subindo os degraus até chegar na equipe de estilo de Nicolas Ghesquière na Louis Vuitton (seu último cargo antes de assumir a direção criativa da Chloé). A primeira coleção assinada por ela no novo trabalho foi apresentada há poucos dias durante a PFW. Os traços do DNA de Louis Vuitton na coleção são perceptíveis, deixando claro uma dificuldade de se desvencilhar da essência da grife. Apesar disso, a chegada de Natacha é a oportunidade perfeita para trazer a jovialidade no ponto certo e muito frescor.

Novos estilistas, novos momentos

A troca de estilistas da Lanvin é cheia de história. Sendo uma das marcas mais comentadas nos áureos tempos de Alber Elbaz, Bouchra Jarrar assumiu a direção criativa após a saída de Elbaz mas ficou por apenas 16 meses e quem a substituiu foi Olivier Lapidus. A sua primeira coleção na marca, também apresentada no PFW, usou e abusou da logomania. O momento da Lanvin é de perigo, afinal as vendas caíram 20% no ano passado e a falta de interesse por parte dos investidores é grande. O que nos resta é acompanhar o trajeto de Olivier para conferir se ele conseguirá reerguer a grife.

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Fotos: Reprodução.

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