Mais do que moda!

Moda x Economia : de mãos dadas

Por Lorena Ferrário

Apesar de os estereótipos da moda e da economia ser bem diferentes, você pode até achar ruim e ter dificuldades de aceitar, mas esses dois mundos vivem de mãos dadas. O mundo da moda exala glamour e transmite uma atmosfera de bem com a vida, com ares de invencibilidade, mas a indústria fashion respira economia. Ainda está difícil de achar o link entre esses dois universos?

Então vamos a um exemplo prático. Adianta passar por uma vitrine, amar o look exposto nos manequins e não ter dinheiro para comprar? Pois é, se a economia vai mal, afeta o bolso do consumidor. Na hora do aperto financeiro, a lei da sobrevivência faz o ser humano, primeiro, cortar os gastos supérfluos para garantir o básico, como água, luz, alimentação e moradia. Nessas horas, adeus roupa nova e lazer.

Em alguns setores, como a moda, a reação às crises econômicas pode até ser inversa, para não reduzir drasticamente o consumo. Mas aí isso depende de um fator: a reinvenção da moda, adaptando o que é visto nas passarelas para as ruas. Isso tem sido cada vez mais utilizado para manter as vendas aquecidas, investindo em tecidos mais leves, mais baratos e abarrotando as grandes lojas de departamento com peças de acordo com as tendências. Para sobreviver nos últimos anos, a indústria da moda precisou descer do salto e se popularizar.

Que o diga o norte-americano. Nesta semana, o presidente Barack Obama vai correr contra o tempo para negociar um plano de redução da dívida dos Estados Unidos e evitar um calote, colocando em risco a credibilidade de um país bom pagador. A recessão que os EUA vêm atravessando está tirando o sono da sociedade. Pesquisa recente da BIGresearch para National Retail Federation (NRF) mostra que 90% dos americanos estão bastante preocupados com a economia do país.

“Nove em cada 10 consumidores estão dizendo que a economia está afetando suas decisões de compra. Os consumidores têm menos para gastar do que há um ano atrás”, comentou o presidente e chefe-executivo da NRF, Matthew Shay. Ou seja, o consumidor americano está cada vez mais pensando em que gastar seu dinheiro, evitando ao máximo a compra por impulso. Aí entra o papel dos estilistas e das grandes marcas. Os conceitos expostos nas passarelas precisam ser traduzidos de formas mais simples, para que as tendências ganhem as ruas e não fiquem encalhadas nas vitrines. O povo adora moda, mas a maioria não tem dinheiro suficiente para comprar uma peça que só vai sobreviver uma única temporada no guarda-roupa.

Só para terminar: um dos planos para cortar despesas nos EUA, apresentado pelos senadores republicanos para o presidente Obama na semana passada, se chama “Corte, limite, equilibre”. Crises econômicas à parte, essas três palavras têm tudo a ver com o mundo da moda, não acha?

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