Mais do que moda!

Legitimidade na moda

Por Letícia Santana

Legitimidade na moda

“Quando a moda simplifica ela se faz parecer estúpida”, disse Jess Cartner-Morley em um de seus muitos artigos. Frase esta que me fez refletir um bocado, sabe? Há quem pense que a moda é uma grande piada. E, devo confessar, a depender da forma que ela é contada, realmente pode parecer ser, mas não é.

O que vestimos diz muito sobre nós e sobre o mundo. Mudanças de cunho cultural, social, artístico e político podem ser representadas na forma que nos vestimos, na forma que nos apresentamos para a sociedade. A moda é uma plataforma relevante, importante e legítima para as mais diversas manifestações. É o reflexo do humor, do amor, do estado de espírito, das transformações, do amadurecimento e das experiências nessa partilha chamada vida. A moda tem também o poder de persuadir muito além das cores ou formas que as pessoas irão vestir na próxima temporada. E, como se não bastasse, é um discurso que tem voz (e uma baita voz, viu!) para nos expressarmos com toda liberdade.

Entretanto, devo confessar que de vez em quando a minha vontade é pegar a indústria da moda pelo pescoço de seu colarinho Céline e dar uma boa sacudida. É essa tal indústria que tem um enorme impacto em tantas vidas, na economia e no meio ambiente que considera pertinente anular responsabilidades – pois tendo belos modelitos, é mais fácil desconversar sobre, por exemplo, as condições de trabalho na fabricação de suas peças.

A indústria da moda tem a capacidade e competência para se envolver com causas sérias. Tratá-las apenas como marketing stunts mancha qualquer movimento bacana que poderia perpetuar. É preciso, antes de tudo, uma mensagem com essência e verdade. A moda, como um todo, precisa se levar a sério para ser levada de maneira séria.

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Fotos: Reprodução/ Borboleta Vintage.

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