Por Letícia Santana
Sucedendo Londres e antecedendo Paris, a Milan Fashion Week aconteceu entre os dias 19 e 25 de setembro, apresentando as coleções das mais tradicionais casas italianas. Apesar do mundo ter sido dominado pela multipolaridade e globalização, Milão segue representando uma grande potência cultural e econômica da indústria, colaborando para manter vivo o relevante classicismo da moda italiana. Confira os highlights dessa temporada:
Highlights da Milan Fashion Week
Para essa coleção, a Versace se inspirou na ousadia da força feminina, revisitando os maiores clássicos da década de 90. Em entrevista, Donatella contou que por mais que seu irmão tentasse representar o poder feminino, ele não tinha a vivência para isso: “Eu sou uma mulher, vivo uma realidade completamente diferente da que Gianni viveu. As aparências, nas quais ele tanto apostava, são importantes. Mas as mulheres querem ser ouvidas”, afirmou Donatella à Harper’s Bazaar. Na passarela, todos os clichês da grife italiana: maximalismo, exagero e casting de supermodelos. Apesar da Versace passear constantemente pelo mood 90’s, dessa vez as referências aparecem de maneiras freshs e não tão previsíveis. A coleção definida como “Para a mulher que nunca tem medo” prova, mais uma vez, que Donatella sempre foi a sua própria musa.
Highlights da Milan Fashion Week
Através de uma apresentação forte e significativa, a Prada dialogou sobre o extremo conservadorismo e o sonho da liberdade. Em entrevista à Vogue US, Miuccia comentou: “O mundo está se tornando conservador. Estou com muito medo”. E foi a partir deste medo que a designer iniciou o desfile com looks no comprimento midi, golas altas, mangas longas e laços, deixando pouca pele à mostra para representar a mulher conservadora. “Brinquei com todas as regras clássicas e todos os clichês conservadores que se pode ter”, comentou. Até que a trilha sonora muda e a mulher Prada também muda: a mulher comportada é substituída por uma mulher liberta e dona de si, vestindo looks que discutem fantasia e sexo sem nenhum tabu. “O choque de um conservador ao ver o seu oposto”, como a própria Miuccia definiu. Feminilidade com ironia e inteligência como a Prada já é expert.
Highlights da Milan Fashion Week
Já a Fendi apresentou uma coleção com o seu classicismo renovado se inspirando na vida funcional. Depois de passear por diferentes universos e apostar com força na logomania nas últimas temporadas, agora a grife comandada por Silvia Venturini e Karl Lagerfeld inicia uma era elegante, minimal e monocromática. Em um momento de respiro, os excessos, que tinham se tornado regra, passam a ficar por conta das bolsas enormes, pochetes e maxi bolsos representando o utilitarismo e a praticidade. Ou seja, a mulher Fendi vive a contemporaneidade, tem uma vida corrida e precisa de peças que comportem todos os seus objetos, porém não abre mão de estar muito bem vestida. O mood street não some completamente, porém aparece de maneiras novas se misturando com a alfaiataria e sem nunca deixar de lado o salto alto.
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Fotos: Reprodução.