Enquanto a moda masculina tenta se aproximar cada vez mais na feminilidade da mulher, a elegância feminina, desde sua “libertação fashion”, sempre esteve ligada às peças chave do guarda-roupa masculino.
Quando a Primeira Guerra Mundial apareceu, as mulheres que antes trabalhavam em casa se viram na necessidade de trabalhar fora e ocupar espaços que antes eram exclusivamente masculinos. Para isso, era necessário trajes mais confortáveis e que demonstrassem poder. Foi aí que estilistas como André Courrèges e Pierre Cardin ficaram conhecidos por fazer ternos que não eram exclusivamente para os homens, mas também para as mulheres.
Mas foi com a chegada de Coco Chanel que o traje masculino, antes usado somente no ambiente de trabalho, invadiu as ruas e a noite. Coco acreditava que conforto era sinônimo de luxo e tinha pavor em pensar que um homem poderia ter mais poder – ou luxo – do que ela.
A partir dos anos 80, as mulheres se viram atingindo cargos mais altos no trabalho, o que (até hoje) incomodou muitos homens. Foi aí que surgiram as ombreiras. Mais do que uma simples tendência de moda, e até de uma maneira inconscientemente fetichista, elas serviam para masculinizar a silhueta feminina e dar uma sensação maior de poder e respeito perante aos seus colegas de trabalho do sexo masculino.
Hoje que as posições sociais do homem e da mulher estão se igualando, ainda pensamos nas peças masculinas como sinônimo de elegância e as usamos, mesmo que sem perceber, como uma demonstração de eterna rebeldia.