Por Paulo Ricardo
O cinema e o teatro já mostraram muitas versões sobre a disputa entre as primas, as rainhas Elizabeth I da Inglaterra e Mary Stuart da Escócia. Nessa de 2018, dirigida por Josie Rourke e com as personagens vividas, respectivamente, por Margot Robbie e Saiorse Ronan, a novidade nos embates da realeza fica por conta de uma certa leitura feminista que permeia o filme e que ressoa em nossa contemporaneidade. Temas como a maternidade, a liberdade sexual, a violência de gênero e o controle sobre o corpo feminino são trazidos ao debate, permeados com uma certa camada de sororidade.
Junto a essa atualização da história, um ponto que chamou bastante atenção foi o figurino, que já tem seu lugar de destaque em se tratando de filmes de época. Mas, nesse caso, o que muito se falou, sendo mesmo bastante criticado, foi a falta de rigor histórico da figurinista Alexandra Byrne, tanto na não representação exata dos vestidos mais conhecido das rainhas, quanto pela ousadia de inserir jaquetas tipo cropped (largamente encontrados à época do lançamento numa H&M, mas nunca à época retratada da história).
Aqui, vale lembrar que a figurinista é especialista nessa época, tendo inclusive ganho um Oscar por ‘Elisabeth’, onde ela reproduz fielmente os vestidos conhecidos.
Será que dessa vez não houve pretensão de reproduzir fielmente? O rigor dando lugar à licença poética? Lembro quando Jacqueline Durran ousou colocar a camélia da Chanel em filme de época czarista, e também sofreu críticas.
O filme entrou recentemente no catálogo da Netflix. Confiram e tirem suas conclusões.
Fotos: Reprodução.