Por Paulo Ricardo
O título em português pode soar piegas, mas embora ‘The rider’ passe longe disso, o filme também é sobre domar o destino que é retratado. Sobre segurar as rédeas.
A vida do cowboy Brady Blackburn, vivido por Brady James interpretando quase ele mesmo e de maneira comovente, não será mas a mesma depois do acidente num rodeio que atingiu o sua cabeça. Agora as mãos dele não respondem aos comandos do cérebro corretamente, o que provoca espasmos que o impedem de segurar as rédeas para domar um cavalo selvagem, seu ofício e sua vida.
O docudrama de Chloé Zhao examina esse novo Cowboy que surge e que tem que se readaptar ao cenário que se apresenta. Um encontro ou passagem do faroeste crepuscular e um neo faroeste.
Numa das sequências chave, o pai de Brady tenta impedi-lo de ir participar de um rodeio, o que pode ser fatal para sua existência pós-acidente: “você é teimoso, nunca escuta” e que Brady responde: “é porque eu lhe escutei a vida toda a dizer: levante-se, você é um cowboy”.
É a masculinidade tóxica vista pelos olhos de uma diretora delicada e atenta que explora as possibilidades entre a natureza animal e humana de uma maneira que faz o filme parecer um documentário. Em que pese o fato dos personagens serem vividos por não atores, mas por quem passou por histórias parecidas e inspiraram o roteiro, além da câmera leve da diretora bisbilhotando lugares e pesares.
Tá na netflix #FicaEmCasa
Fotos: Reprodução.