Por Letícia Santana
Em janeiro deste ano, a Louis Vuitton anunciou a saída de Kim Jones de sua direção criativa. Por sete anos na marca, o londrino adquiriu uma expertise admirável no segmento e, de quebra, ainda acrescentou no repertório um excelente trabalho com os acessórios. Fazendo parte da “dança das cadeiras”, muito se especulou sobre a grife que receberia Jones. Burberry foi a principal aposta: o cargo estava livre e, ainda por cima, a marca estava querendo e precisando crescer no lucrativo ramo de bolsas e sapatos.
Mas, não. A Burberry veio a ser dirigida por Riccardo Tisci e, logo, Kim Jones foi nomeado como diretor criativo da Dior Homme, ocupando o lugar de Kris Van Assche, que ficou por onze anos na marca. “Estou muito feliz em recebe-lo. Ele terá o apoio das nossas equipes e do savoir-faire do ateliê para criar um guarda-roupa masculino clássico e elegante ancorado na cultura contemporânea”, contou Beccari, CEO da Dior, no comunicado oficial. Sobre Van Assche, falou: “Agradeço a ele por contribuir com o incrível crescimento da Dior Homme. Ele escreveu um importante capítulo na história da marca e teve papel fundamental na sua evolução”.
Dança das cadeiras: a Dior de Kim Jones
O masculino dentro da Dior foi implementado durante a passagem de Hedi Slimane na direção criativa, mas foi só em 2007, com a entrada de Van Assche, que a linha se tornou mais sólida. Porém, nada se compara ainda com o que Kim Jones fez pela Louis Vuitton. Ao assumir uma marca adormecida, o londrino injetou de forma inteligente uma energia jovem e fresh que a LV tanto precisava, colocando-a no radar novamente. Diante de tamanho sucesso, não fazia sentido a saída de Jones noticiada em janeiro. Porém, como a Louis Vuitton e a Dior pertencem ao mesmo grupo, cada movimento é realmente estratégico e calculado. O seu aguardado début na marca que criou o “new look” aconteceu em junho, durante a temporada masculina de Paris.
Dança das cadeiras: a Dior de Kim Jones
E agora foi a vez de conferirmos a primeira campanha da Dior com assinatura de Kim Jones. “Quis que esta campanha refletisse o espírito do desfile de verão e a beleza da Dior”, contou o designer. Lançada no início de novembro, a campanha Dior Men’s Spring 2019 tem fotos de Steven Meisel e filme de Jackie Nickerson e já apresenta uma mudança na estética. Em uma dicotomia suave e nítida, clara e sombria, a marca coloca em foco o personagem BFF do artista Kaws.
A Louis Vuitton não resistiu ao streetwear sofisticado de Jones e viveu tempos áureos. Porque a Dior resistiria?!
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