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CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

Por Letícia Santana

Crises criativas e financeiras demandam soluções. Enquanto a moda europeia tenta buscar as ressignificações de suas narrativas diante de tantas transformações e incertezas, os Estados Unidos procuram acompanhá-la. Afinal, a indústria americana nunca foi a mais forte mundialmente nesse setor, mas é fato que os negócios já andaram melhores para o lado de lá. E por isso o CFDA (Conselho de Designers da Moda Americana) fez mudanças na organização e premiação deste ano. Saiba quais foram:

CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

Para começo de conversa, já há uma grande mudança… Nem mesmo a presidência do CFDA se manterá igual! Após 13 anos comandando o conselho, Diane von Furstenberg será substituída por Tom Ford. A designer esteve à frente do cargo em um momento crucial para a história da moda, tendo que lidar com a ascensão do comércio digital, a transição para as redes sociais e os novos comportamentos dos consumidores. Mas agora os desafios são outros: trazer de volta a relevância que a NYFW já teve e aumentar a arrecadação da associação. Para tornar isso possível, Tom Ford foi eleito presidente do conselho na última terça (19) e sem dúvidas terá um grande trabalho pela frente…

CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

Nos últimos tempos, o CFDA vem recebendo muitas críticas e agora irão tentar solucioná-las. Uma das mais recorrentes é sobre o conselho não oferecer o apoio suficiente aos seus 500 membros, principalmente aqueles que estão no início ou meio da carreira. Porque, embora existam categorias para estilistas em ascensão na premiação, esses não recebem uma assistência prática adequada. Ademais, muitos apontam que a instituição estava homenageando repetidamente nomes já conhecidos na indústria. As Irmãs Olsen e Raf Simon, por exemplo, há alguns anos ganham prêmios sempre nas mesmas categorias, afastando uma possível diversificação dos talentos homenageados.

CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

Diante de todas essas críticas, nos últimos anos, Diane implementou novas categorias à premiação, como o Swarovski Awards for Emerging Talent e Positive Change. Mas ao que tudo indica não foi o suficiente, fazendo com que ela perdesse a força no conselho e instigando os membros a escolherem um novo presidente. Agora um novo momento se inicia na moda americana tendo Tom Ford à frente do CFDA. “Tenho vivido e trabalhado em cada uma das capitais da moda, estou ansioso para atuar no conselho e promover a voz de nossos designers”, anunciou Tom no comunicado oficial.

Mas para ele as coisas não começarão fáceis. A receita da associação caiu de US$15,4 milhões, em 2016, para US$12,5 milhões, em 2017, representando uma grande queda no desempenho. As expectativas para o designer é que ele consiga recuperar esses ganhos ao implementar novas medidas. Uma delas é aumentar a inclusão e diversidade na moda americana, para isso, contarão com a ajuda da modelo e ativista Bethann Hardison e da associação multicultural Harlem’s Fashion Row. Essa medida mostra o CFDA se adaptando ao novo momento e também revela um interesse comercial, visto que os últimos desfiles da NYFW que tiveram repercussões maiores foram justamente os que carregavam discursos engajados.

CFDA tentando reverter a crise criativa e financeira

Agora resta esperar para ver os resultados dessas mudanças. Se depender das expectativas de Diane von Furstenberg, tudo já está devidamente encaminhado: “Tom é um modelo para todos nós e temos muita sorte de tê-lo como o próximo presidente do CFDA. A moda americana não poderia desejar um visionário melhor para aumentar o seu impacto no mercado global”, afirmou no comunicado oficial.

Instagram: @borboletavintage.

Fotos: Reprodução.

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