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As mudanças nas semanas de moda

Por Letícia Santana

As mudanças nas semanas de moda

Uma semana de moda nada mais é que um espaço onde há um calendário de desfiles que faz com que a plateia se movimente de uma sala para a outra para assistir as apresentações. Cada desfile é uma narrativa da marca, contando uma história, seja de inspiração, de statement ou de como foi desenvolvida a coleção. Tendo como principais objetivos passar um conceito e criar desejo nos consumidores.

Durante muitos, muitos anos, uma semana de moda era um clubinho hiper exclusivo para editores e compradores. O objetivo era garantir a cobertura nos sites, análises críticas nos jornais (mega temidas na época!) e material que alimentasse as próximas edições das revistas de moda. Já para os compradores, o intuito era que eles ficassem por dentro de tudo das coleções e, assim, poder abastecer as araras e prateleiras de suas multimarcas.

Cada fileira dos desfiles era extremamente hierarquizada: editores importantes e algumas celebridades na sonhada fila A; nomes em ascensão no jornalismo na B; quem sentava na C fazia parte de publicações relevantes sobre o evento. E ainda tinha lá atrás, o standing (convite que não dava direito a cadeira) e, geralmente, era preenchido por estudantes e iniciantes na área.

Lá para 2009, devagarzinho chegaram os blogs e eles foram conquistando o seu espaço (mesmo assim, da fila C para cima). O objetivo deles era o mesmo dos jornalistas: alimentar seus veículos com notícias quentes da semana de moda. Os bons blogueiros faziam isso com uma baita maestria, rejuvenescendo e trazendo uma energia extra para a cobertura. Até que, depois de um tempinho, chegou a fase em que os blogs começaram a ter alcances superiores a alguns dos principais e mais tradicionais veículos. Chegou o Instagram. Chegou a figura da it girl como personalidade que vende o que veste. Chegou a crise da moda no formato antigo. E colocando tudo isso no liquidificador, vocês já conseguem imaginar o resultado, né?

O off-passarela se tornou mais observado que a passarela em si. Aquela galera da fila A começou a dividir o espaço ou, simplesmente, ir para as fileiras de trás. O assunto parou de ser sobre como a saia desfilada em um dos desfiles era maravilhosa e passou a ser sobre como a saia que uma it girl estava usando era maravilhosa.

Não existe garantia de vida, nem posto vitalício. É hora de unir as forças e garantir o melhor que cada profissional tem a oferecer. Sempre haverá lugar para os bons e, acima de tudo, para aquele que se atualiza, evolui, vive a mudança e corre atrás para conquistar o seu lugar ao sol. Afinal, sucesso vitalício para quem não se reinventa não passa de uma mera utopia.

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Foto: Reprodução.

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