Por Lelê Santhana
Em 2011, com apenas 24 anos, Olivier Rousteing assumia a direção criativa da Balmain. Em um período em que os millennials ainda não tinham ganho a importância que tem hoje, essa escolha arriscada parecia até absurda para alguns. Porém, quando se analisa hoje, com todas as transformações que aconteceram na indústria da moda e na sociedade de lá para cá, a contratação do jovem não poderia ter sido mais certeira.
Entre as muitas demandas que a sociedade contemporânea cobra de uma empresa, a Balmain tem o exemplo ideal no seu diretor criativo: “Somos autenticamente diversos. Olhe para o fato de que a pessoa mais importante da empresa, Olivier, é jovem, negro, gay e também tem uma história pessoal específica, porque ele era órfão e foi adotado”, comentou Massimo Piombini, o CEO da marca, em entrevista ao FFW. A figura do francês, que hoje tem 31 anos, é realmente extremamente significativa, ainda mais quando se observa que há apenas dois diretores criativos negros em grandes casas de moda: ele e Virgil Abloh, que comanda o masculino da Louis Vuitton.
Nesses oito anos criando para a Balmain, Olivier fez uma verdadeira revolução na marca: a tornou forte nas mídias sociais, quintuplicou os lucros milionários da empresa e expandiu a label de uma única loja em Paris para várias ao redor do mundo. Nesta semana, a mais nova boutique foi inaugurada: o Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, recebeu a primeira Balmain da América Latina. Para celebrar, Rousteing veio ao Brasil e a sua passagem por aqui contou com um festão na noite da segunda (26).
A festa teve a presença de um time de peso: Marina Ruy Barbosa, Taís Araújo, Camila Pitanga, Glória Maria, Ísis Valverde e Sabrina Sato estavam entre os convidados. A noite ainda contou com um super show de Anitta, cantora que Olivier se apaixonou assistindo o seu documentário na Netflix. Ela, que foi contratada para cantar por 15 minutos, ficou tão feliz com o convite que resolveu fazer um showzaço de quase uma hora e, de quebra, ainda assumiu as pickups como DJ.
A decisão de armar um festão como esse, conversa com todo o posicionamento que o diretor criativo vem colocando em prática na Balmain. Para ele, a moda só irá sobreviver se aliando a outras temáticas, como política, sustentabilidade e entretenimento. “Você não pode construir uma maison baseada em tendências ou pela adoração da imprensa. Você constrói uma casa porque você tem um ponto de vista para expressar e foi isso que eu fiz desde o começo”, afirmou ao FFW. E que continue fazendo. Moda será sempre sobre inventividade e criatividade e Olivier entende isso como poucos.
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Fotos: Reprodução.