Por Arlindo Grund e Lari Mariano
É momento de compreender e interiorizar o autoconhecimento. E é sob essa narrativa que Lilly Sarti constrói sua nova coleção, dividida em três estágios dessa consciência introspectiva e traduzidos nas peças. Aqui, se o conceito é poético, a tradução traz a concretude e aparece nos tecidos, modelagens e desenhos de cada modelo apresentado.
A primeira parte, Percepção do Eu, traz a proposta ligada ao mais introspectivo e ao natural, evidenciado no jacquard que une fibras naturais e garrafas PET ou no algodão, em uma modelagem que, segundo a marca, busca destacar a feminilidade, mas aliada ao conforto. O segundo momento, Reflexão do Ser, desperta cores, o lastex que aparece para evidenciar determinados detalhes e destacar os pontos altos, como se descobrir tendo a moda como ferramenta.
A parte final, Dimensão do Sagrado, condensa os dois universos: une a feminilidade estruturada à leveza natural e descomplicada: do jeans ao tencel ou linho, Lilly Sarti desenha o momento numa tradução única — a de que nos vestimos por autoexpressão e personalidade, fechando o primeiro dia de desfiles sob uma palavra-chave que une todas as apresentações: reconexão.
Palavras que retratam roupas são textos que representam uma época. E aqui temos o tempo de Lilly Sarti.
Fotos: Reprodução/ Instagram SPFW.