Por Leticia Santhana
O Agrund.com pôde conversar com Raphael Ribeiro, um dos diretores criativos da Cacete Company, minutos antes do desfile acontecer. Confira a entrevista:
Agrund: Como funciona o processo criativo da Cacete?
Raphael: “A Cacete nunca escolhe um tema único. Por isso a gente gosta de dizer que as nossas coleções são como arquivos. Esta, no caso, é o arquivo 7. A gente gosta muito de trabalhar com imagens emblemáticas, estampando nas peças ou fazendo releituras. E continuamos usando muito das intervenções que já viraram um código forte da marca.”
A: A Cacete é uma marca muito engajada e que usa muitos temas da sociedade como elementos para a criação das coleções. Como a moda pode ser um vetor cultural?
R: “Se vestir é um ato político no sentido de que você escolhe o que você veste, a depender do que você quer transmitir. E a Cacete busca mostrar muito a diversidade, principalmente no nosso casting, que sempre é feito por pessoas reais. A maioria dos nossos modelos são pessoas não binárias, gays… A gente confronta essa onda conservadora dando a cara. Eu sempre falo que “não vão fazer a gente voltar pro armário”. Então, a gente fala e a gente mostra que existimos. Nossa roupa é como um escudo.”
A: Ter uma marca na era digital é um enorme desafio com vantagens e desvantagens. Quais são, no seu ponto de vista?
R: “A principal vantagem é que a gente consegue falar direto com o consumidor final. Desde o início, nunca pensamos em vender em multimarcas ou em atacado. Para gente é muito mais interessante ter o contato direto com quem usa. Não só pela venda, mas, principalmente, pela troca. A gente recebe muito feedback positivo dos clientes. Outra vantagem é que, por sermos uma marca digital, conseguimos atingir o Brasil inteiro e até outros países. O que para uma loja física, por exemplo, é muito mais restrito. A única desvantagem que eu vejo é que por não termos uma loja física, não conseguimos fazer com que a pessoa sinta a experiência completa da compra. Mas acredito que com o nosso site e a nossas redes a gente consegue transmitir o lifestyle.”
Foto: Reprodução.