Por Arlindo Grund, com colaboração de Larissa Mariano e edição de Rafaela Piovezani
A penúltima apresentação da temporada comemorativa de 25 anos da São Paulo Fashion Week 25 Anos, 100% digital, teve uma forte carga emotiva. O estilista baiano Isaac Silva mais uma vez trouxe sua história de vida, a ancestralidade e envolvimento com os orixás para sua coleção. Uma referência às mulheres. Sua tia Jacira e Iemanjá serviram de pilares para criação de roupas atemporais, com modelagens confortáveis e uma proposta para vestir todos os corpos.
Na coleção “Jacira flores para Iemanjá” a pluralidade na moda se concretiza, quando criadores como Isaac propõem um quebra de padrões e paradigmas que a moda nos impôs. Corpos diferentes do que estamos acostumados a ver em apresentações de moda estão cada vez mais presentes, porque falamos da diversidade humana e suas características.
Para explicar um pouco acerca do universo imagético de Iemanjá, o estilista convidou a contadora de histórias Aretha Sadick, que brilhantemente explanou dois contos sobre a orixá. Cores leves, modelagens confortáveis e acima de tudo uma valorização ao ser humano. Nas peças, a alfaiataria se une a babados, formas mais amplas, fluidas e encorpadas, que refletem a história de conhecimentos e de vida do estilista.
A proposta não tem gênero, porque as suas criações são para vestir corpos de qualquer natureza. A cartela de cores suave reforçou essa identidade que busca reforçar através da moda um conceito de que somos livres para acreditar na força daquilo que vestimos. E mais ainda celebrar esse sopro de vida que ainda temos diante da situação de pandemia. Isaac também fala da força da moda colaborativa e de como a união de pessoas com o mesmo propósito pode afetar de forma positiva a economia e, claro, daquele sentimento de força que sentimos quando colocamos a roupa que nos representa. Mais um espetáculo de criação e sensibilidade apresentada por Isaac Silva.
Imagens: Reprodução.
Revisão: Kiki Marinho