Os excessos da couture estão sendo colocados à prova diante das exigências de mais realismo por parte do mercado nessa temporada de outono-inverno 2014/15. Versace e Schiaparelli já entraram nessa e mostraram suas coleções com apostas bem mais próximas da realidade (reveja AQUI e AQUI respectivamente). Agora é a vez da Dior, que reinterpreta os códigos da alta-costura a partir de uma viagem ao passado que termina em um hoje bem confortável.
É claro que os vestidos de tapete vermelho continuam lá – eles, por sinal, abrem o desfile e conferem o tradicional glamour que se espera em uma semana de moda como essa. São longos e “quase longos” amplos com aplicações e texturas florais que deixam um perfume Maria Antonieta no ar, principalmente nos modelos que lembram o visual Robe à la Française (vestidos-saco amplos e soltos que aqui ganham decote e alças largas) e nos casacos coloridos com bordados imperiais e formas estruturadas nas costas que fazem referência aos trajes masculinos do século XVIII.
Com o passar da apresentação, a coleção caminha nessa linha do tempo fashion indo dos anos 20 (representados por vestidos lânguidos em tecidos molinhos sem cintura marcada) aos anos 50 com as saias rodadas do New Look, terminando nos dias atuais com o duo calças de alfaiataria + casacos longos e macacões com zíperes em seda que imita nylon – tudo bem urbano e acertivo para uma alta-costura nível século XXI!
Imagens: Reprodução.