Por Arlindo Grund
Abrindo a semana de moda de Paris, a Christian Dior trouxe leveza para esse capitalista mundo da moda. Desde que Maria Grazia Chiuri assumiu a direção criativa da marca que ela vem trazendo frescor. Dessa vez, a união de moda e dança fez com que o desfile se tornasse um espetáculo. Claro, vários estilistas já colocaram dança em suas apresentações. A diferença, aqui, é a união de nomes fortes da dança moderna. O espetáculo dançante foi comandado por Sharon Eyal, já que o de moda ficou com a própria Maria Grazia. No meio dos bailarinos, as modelos pareciam interagir com a coreografia em um simples desfile. As roupas eram de uma extrema delicadeza e contavam uma história. Muitas das produções pareciam figurinos de dança, mas que naturalmente sairiam dali direto para as ruas – ou melhor – para os lugares mais sofisticados. Tecidos levíssimos com drapeados estratégicos deixavam a silhueta ora mais anos 50 e delicada, ora mais anos 90 – minimalista e andrógina. O jeans ganha volume e aquela lavagem tradicional da década, que parece que caiu numa bacia de água sanitária. O esportivo arremata essa bela mistura que inclui, ai, o romantismo dos florais e bordados 3D e as redes de couro que remetem à força. Aliás, força essa bem representada pela dança, que exige da bailarina uma exímia precisão, assim como nas roupas de Maria Grazia. A logomania veio muito forte nos acessórios, cintos e bolsas. E assim se faz um desfile-show com história e muita informação, de moda inclusive!
Imagens: Reprodução/ Yannis Vlamos/ Indigital.TV.