Por Arlindo Grund
Antes mesmo de toda essa movimentação da moda como válvula de escape para direcionar positividade e criatividade às nossas imagens, o estilista Thom Browne já vinha subvertendo esse conceito há algumas temporadas. Desta vez ele mostra estátuas humanas que vão se desconstruindo para depois mostrar peças mais desconstruídas ainda. Os modelos estavam envoltos em capas com bordados que pulavam aos olhos. Em determinados momentos as capas eram abertas e o que se via ali eram verdadeiros arquétipos do que pensamos sobre a moda no futuro.
A roupa como sistema e não mais como ferramenta. A roupa funcional e que tem o seu lado estético quebrado através de visões inovadoras. Diferente? Estranho? Tudo que é novo pode ferir os olhos, mas de uma vez por todas precisamos quebrar esse gesso que de uma certa maneira nos impede de olhar para o lado. Muitas vezes as referências estão à nossa direita, mas só conseguimos ou queremos ver além do horizonte.
Toda essa pretensão filosófica para dizer que Thom Browne representa um seleto grupo de criadores fieis aos seus objetivos e desejos. Aqui, podemos falar sobre o arquétipo de criador e do rebelde com muita causa. Tente ver, aqui, a roupa além de sua utilidade – que é de vestir corpos.
Imagens: Reprodução / Dan Lecca.