Por Arlindo Grund
Depois de tempos em isolamento social por conta da pandemia, os estilistas Miuccia Prada e Raf Simons não só mostraram a coleção primavera da Prada em Milão. Ela foi apresentada simultaneamente e fisicamente, também, em Xangai. Ansiedade dos novos tempos? Homenagem à globalização? Valorizar aquilo que está perto? Desde que o estilista assumiu o posto ao lado de Miuccia Prada que essa será a primeira coleção física apresentada ao público.
De fato as palavras que simbolizam essa coleção são “Stripped Down”. Ao pé da letra, despojado, mas do jeito deles – ou seja, elegante. Então com seus valores visionários tudo acaba com uma resposta enigmática.
O que já se pode ver definitivamente é o movimento de volta ao exagero da sensualidade. A busca pelo prazer em tudo aquilo que fazemos será também retratado na moda. Dessa forma, partes do corpo em evidência, silhueta marcada no tronco, uma estrutura de corset nos tricôs, tudo caminha para uma exaltação corporal. Microssaias sobre shorts com texturas dão um ar dos anos 60 contemporâneo às composições. Já as saias midi aparecem retas e usadas com outras peças mais alongadas. Uma sensação de relaxamento com estilo.
As apresentações da Prada mostram que seus conceitos de moda ainda são baseados na “não regra” e na subversidade da criação, mas com uma linguagem universal. Dois criadores ocupando o mesmo espaço.
Imagens: Reprodução / L/Gorunway.com.