Por Arlindo Grund
Na temporada, no início deste ano, quando o senhor Giorgio Armani cancelou a sua apresentação da coleção masculina e de alta costura por conta da pandemia, não imaginaria que no seu desfile em Milão a situação seria também diferente. Dessa vez um conflito entre a Rússia e a Ucrânia tocou alguns profissionais da moda. O estilista italiano, no início de seu desfile, explicou que não colocaria trilha em respeito à situação a às pessoas que estão passando por esse momento difícil. O som era a respiração das pessoas, o andar das modelos, o barulho que alguns bordados e franjas causavam, e tudo isso deixou a apresentação mais empática e impactante. Trabalhamos com moda mas sem esquecer o respeito.
A coleção respeitou a alfaiataria característica da marca e junto a ela adicionou um toque de anos 30 nas estampas e formatos geométricos. A cartela de cores sóbrias, mas com pontos de azul claro, também abriu espaço para estampas florais e óticas. Aqui, o classicismo vem reforçado e ao mesmo tempo com um toque de conforto.
Definitivamente o mundo está mudando e a moda como reflexo de uma sociedade tenta acompanhar na mesma velocidade essa mudança. E quem está na frente dessas mudanças é esse estilista que transforma roupa em códigos de mensagens.
Com o fim da semana de moda de Milão, agora vem Paris. Sem esquecer os olhos para o mundo e essa terrível situação. Lembrando sempre que juntos somos mais fortes.
Imagens: Reprodução. Filippo Fior/Gorunway.com.