Por Arlindo Grund
Há exatamente um ano eu estava com um amigo, super cliente da Burberry, e ele me perguntou: “o por que da mudança na marca? Não consigo gostar das coisas novas, nem camisa com o logo bordado tem mais…”.
Pois é, meu querido! Desde que assumiu a direção criativa da marca inglesa que o estilista Riccardo Tisci mergulha nas heranças e arquivos de uma das casas de moda mais tradicionais da Inglaterra. Com a ascensão de Tisci, a Burberry só viu seu faturamento aumentar, então tudo indica que o caminho tomado é o mais apropriado neste momento. Nada de caretice, nada de roupas sem graça… O que se viu na apresentação inverno 2021, que aconteceu na principal loja da Burberry em Londres de maneira digital, foi uma ressignificação dos códigos da marca.
Os looks tradicionais ganharam elementos diferenciados, como lapelas sobrepostas. A alfaiataria e seus casacos sobrepostos pareciam reforçar que o novo também pode se misturar com o clássico. Assim, com 29 looks, a comunicação é que apesar da tradição inglesa, a moda daquele país é mais liberta dentro do conceito de escolha e estilo.
Os kilts (saias escocesas) reforçaram o conceito de tradição, mas com um toque esportivo, criativo e original. São misturas novas, ousadas, jovens, e assim também se vê a busca por se aproximar de um novo público. Um dos destaques foi a touca felpuda com orelhas, que pode ser usadas de maneiras criativas. O que vimos foi a Burberry trazendo seus códigos com um olhar de moda global.
Eu amei a apresentação e principalmente as roupas desfiladas com styling de Ib Kamara, editor chefe da Dazed, publicação inglesa, que mostra tendências e assuntos à frente do nosso tempo. Uma combinação que deu super certo. No fim, os códigos atuais se misturam com o desejo do diferente que tomou conta da moda nos últimos tempos.
Imagens: Reprodução instagram Burberry.