Por Letícia Santana
Nessa última semana (27 de fevereiro a 6 de março), aconteceu a Paris Fashion Week, fechando o calendário de Inverno 2019. A capital francesa, que já tem a moda como parte de sua cultura, sempre promete uma temporada glamourosa e agitada. Dessa vez, as grifes parisienses desejadas mundialmente surpreenderam ao apresentar coleções descoladas que criam um harmonioso diálogo entre as passarelas e as ruas. Capuzes, silhuetas desconstruídas e cores primárias foram algumas das tendências mais vistas nos desfiles. Confira os highlights:
Como sempre, o Grand Palais foi a locação escolhida pela Chanel. Desde 2005, o espaço é transformado a cada desfile e, dessa vez, o cenário montado foi uma floresta de outono. A coleção acompanhou essa mesma atmosfera, sendo dominada por peças com estampas e texturas e com uma pegada street e extremamente jovem, sem deixar a sofisticação de lado. “Eu sempre amei o outono, é tipo um verão indiano com muitas folhas. É um momento lindo, sempre foi a minha estação favorita”, contou Karl Lagerfeld, que está à frente da direção criativa da marca há mais de 30 anos. Além do clássico tweed, que sempre marca presença nas coleções do kaiser, um dos destaques foram os cachecóis coloridos e as maxi bolsas sendo carregadas como clutches. Por fugirem do DNA da mulher Chanel, esses acessórios dividiram opiniões.
Depois de apresentar uma coleção extremamente ostentosa na alta costura parisiense, o desfile da italiana Valentino era um dos mais aguardados entre os RTW. Pierpaolo Piccioli, diretor criativo da marca que fazia dupla com Maria Grazia Chiuri (atual Dior) e está solo no comando desde meados de 2016, vem sendo extremamente bem-sucedido. “Em casa sou o marido, o pai, ninguém me vê como o estilista da Valentino. Ter essa outra perspectiva, de pessoas que te amam pelo que você é, te deixa mais forte”, contou Piccioli. Nessa coleção, a grife colocou em pauta a liberdade de ser, debatendo, principalmente, sobre como o romantismo não está ligado à fragilidade. Silhuetas bem desenhadas, flores e babados dominaram a passarela, construindo a desejada imagem romântica. Porém, em contrapartida, cores fortes e ombreiras também entraram em ação, criando um equilíbrio.
Desde que deixou a Valentino e assumiu a direção criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri, a primeira estilista mulher da marca parisiense, vem criando coleções que alimentam o movimento feminista. “É uma grande honra estar na Dior. Eu consigo medir a tremenda responsabilidade de ser a primeira mulher responsável pela criação em uma casa tão enraizada na expressão pura da feminilidade”, relatou. Nessa coleção, Chiuri se inspirou na cultura de resistência entre os estudantes da década de 60 e 70, demonstrando o seu apoio ao empoderamento feminino e fazendo um apelo à paz. O flower power e os patchworks, clássicos das décadas, foram filtrados pela lente de luxo da Dior, resultando em belos looks comercializáveis. No cenário, cartazes com frases, como “direitos femininos são direitos humanos” e “não é não” estampavam as paredes.
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Fotos: Reprodução.