Por Arlindo Grund e Lari Mariano
Para a Vivão Project, que também é marca homônima do estilista que pauta suas criações, a identidade é a de Retirantes: e seus sonhos trazidos do Nordeste brasileiro. Nos códigos, lona de caminhão e couro de bode são ressignificados dentre as peças que exploram irreverências e uma leitura particular deste êxodo.
Perfídia. É exatamente sob este significado que Sillas Filgueira trabalha a coleção. A deslealdade, a traição, que vêm na dicotomia das modelagens românticas com as mais soltas e confortáveis, além da paleta de cores que passa pelo branco, preto e coloridos com florais. Um amor que se dispõe a florescer mais uma vez – acima do luto.
Linho, algodão e a celebração ao manual são as traduções trazidas pela VOLAT, marca de Letícia Cortes, que mergulha no referencial do Vale do Jequitinhonha para despir-se do óbvio: a moda vai num ritmo calmo, plácido e com significados latentes — é feita para sentir e existir.
Para Leandro Castro, que está à frente de sua Leandro Castrum, a Aguaça não é simplesmente leveza — tem peso de importância. E talvez por isso apareça na sobriedade da cartela de cor que traz pretos, brancos e azuis — mergulha profundo e ressignifica, inclusive nos materiais, que são majoritariamente resíduos têxteis.
Em collab com a Studio 115, Ale Brito traz às suas passarelas um retorno das próprias referências — e de um passado glorioso na história europeia, a Era Vitoriana. Ou, ao menos, o interpretar dela como se possível fosse invadir os tempos atuais. O ode ao corpo no conforto de vestidos longos e que revelam potencialidades e liberdade sob as transparências – modelagens mais esportivas que vêm lembrar espartilhos.
Para Hugo Ito, o início de tudo: a leveza de Gênesis traduzida numa cartela que traz azuis, brancos, pretos e estampas florais para lembrar aquilo que se cria com uma leveza ímpar, de estampas exclusivas numa construção moderna, afeita aos detalhes e ao singular.
Com a NotEqual, explorar cada ângulo. Em Prismático, Fabio Costa nos faz experienciar sentidos, sobreposições, costuras que expõem a partir do corpo. Constrói-se com base no que é vivo. O vestir, afinal, é parte da vivência e da possibilidade.
Fotos: Divulgação/ @agfotosite.