Por Arlindo Grund e Lari Mariano
Para o quinto dia de CdC 54, um mergulho a contar histórias por meio de cada peça.
Jal Vieira traz à marca homônima uma celebração à cultura afro que desponta cuidado e delicadeza, mas também luz ao tema, o que fica evidente com as cores mais vibrantes em meio aos terrosos, como o laranja, pelos babados volumosos de neoprene que captam a atenção e o brilho dos guizos dourados que reluzem a maestria deste capítulo para a marca.
Já para a Plataforma Açu em seu fashion film “Êxtase”, a história é contada entre cor e movimento — afinal, cada cena revela looks em tons extremamente vibrantes e com modelagens mais leves, quase esvoaçantes quando por uma ótica de amplitude.
A Alexei de Leonardo Alexei não abre mais de sua teatralidade ao trazer uma narrativa para a passarela, vestidos volumosos, muita textura e romantismo flertam com olhares mais streetstyle dos tênis e até com o punk na maquiagem: tudo o que é múltiplo faz caber intensidades diferentes.
Para a Dellum, a intensidade é repleta de sensualidade também. As franjas com um quê de destroyed, correntes e muita pele à mostra em peças de beachwear ousadas fazem parte da proposta da marca nessa passarela. Mensagens literais sem obviedade.
Nada óbvia é também a força que emerge da delicadeza quando falamos da marca Mônica Anjos ao referenciar a obra “Olhos D’Água”, de Conceição Evaristo. Leveza, textura e estampas vibrantes que interpretam o livro também se misturam a frases bordadas nas peças e azuis que aparecem enquanto “serenamente em si, águas correntezas”, como nos diria a própria Conceição. Poesia para materializar da forma mais natural possível.
Por fim, a Ofe Gallery, de Ofelia Brosco, resume o transformar em suas metamorfoses. Vestidos com recortes, pele e sensualidade, em tons que celebram a noite e remetem ao poder de um voo, a estilista interpreta as fases desde o casulo que, quando se rompe, é capaz de revelar possibilidade — e o faz.
Fotos: Divulgação/ Marcelo Soubhia/ @agfotosite.