Por Arlindo Grund e Lari Mariano
Christian Sato veio com peças de referência streetwear, modelagens mais amplas, trabalhando padronagens geométricas em tons mais sóbrios, tudo dentro de um aspecto que parecia flertar com o futurista.
Esron Candeia trouxe sua leitura de um romântico que se mescla à contemporaneidade. Em tons de rosa e vermelho, aparecem mangas bufantes, tecidos leves e esvoaçantes e recortes estratégicos, sempre com a figura do coração.
Gabe do Vale trabalhou de forma mais arquitetônica, sempre destacando assimetrias e formas mais amplas e que permitiram movimento em sua apresentação. E foi o vencedor da edição de número dois do concurso.
Guilherme Dutra, o vencedor da noite, apresentou uma alfaiataria artística e maximalista, que foi de croppeds a blazers com muita amplitude, volume e trabalhos como babados e plissados. Vale destacar a presença da estampa xadrez, com diferentes ângulos e olhares.
Já Joyce Ramos contou história por suas peças bordadas. A representação de figuras de religiosidade com delicados bordados à construção de um contemporâneo que não faz perder a essência — e fortalece o que conta.
Incluir com força é a pauta de Thayná Marques que reforça, das roupas à presença, as pessoas autistas na moda e seu caminho. As mensagens e modelos imprimem o olhar da estilista a não somente o que as roupas fazem ao vestir, mas quanto representam.
Thays Veronez trouxe uma leitura particular de arte. Em suas estampas, criadas pela própria estilista, o preto, vermelho e branco construíram janelas para a pele à mostra, volumes que sugerem um afastamento e união de peças que podem se traduzir como um reconstruir.
Para fechar a apresentação, Wender Neves trouxe a valorização de forma artística ao orgânico, que aparece volumoso, todo construído a partir do trabalho com babados, destacando tons terrosos e violeta — o natural em pauta pelo ângulo próprio.
Fotos: Divulgação/ Marcelo Soubhia/ @agfotosite.