O terceiro dia da 45º edição da Casa de Criadores contou com seis desfiles surpreendentes e um deles muito emocionante. Nossa equipe te conta agora quais foram os destaques de cada um.
NotEqual
A marca apresentou uma coleção inspirada em dois tipos de energia, a dos parangolés e a do Butoh, uma dança japonesa, que tem como ponto de partida o movimento. E peças com movimento não faltaram na passarela!
A alfaiataria desconstruída e o trabalho de moulage garantiram o resultado final desejado pelo estilista Fabio Costa e o que vimos em vestidos, camisas, camisões, calças, bermudas e saias. Drapeados, treslê de fitas e as estampas desenvolvidas em parceria com o artista Luciano Ferreira foram trabalhos que se destacaram.
Re-Roupa
A conscientização em relação à moda e o meio ambiente cresce a cada ano e a Re-Roupa estreou na Casa de Criadores comprovando que estamos, sim, no momento do upcycling.
Customizar e ressignificar as peças e tecidos antigos ganharam um novo olhar através da marca. As referências super atuais de streetwear não ficaram de fora, bem como o trabalho de patchwork e as diferentes combinações de texturas e tecidos. Toda a coleção foi criada partindo do projeto de laboratórios e oficinas que dão vida a fins de rolos de tecido e peças garimpadas.
Diego Fávaro
Inspirado pela Data Limite de Chico Xavier, Diego Fávaro traduziu em roupas uma história sobre o ser humano, crenças, guerras e o espaço. Diferente das temporadas anteriores, o estilista apostou em diversos materiais, desde o jeans e a sarja até o moletom, pelos e nylon. Tudo em um streetwear com referências do sportswear atual que é a cara da marca.
Rocio Canvas
Rocio Canvas buscou referências nas rivieras para criar sua nova coleção e o resultado são peças minimalistas, alfaiataria, modelagens perfeitas, fluidas e alongadas.
Os looks monocromáticos de branco, preto e bege são intercalados e iluminados com outros de peças coloridas como amarelo, pink e azul-turquesa.
Boldstrap
A Boldstrap levou para a passarela um discurso sobre as diferenças e a aceitação do corpo, raça e sexualidade. Modelos de todos os biotipos e idades desfilaram vestindo as jockstraps de luxo, por vezes combinadas a peças streetweat, como shorts, bermudas de tela e peças em vinil.
Rober Dognani
A passarela de Rober Dognani foi cheia de emoção e história. Isso porque o estilista decidiu prestar homenagem à Nossa Senhora Aparecida, de quem ele e sua família são muito devotos.
Tudo começou com três modelos negros, que entraram na passarela representando os pescadores que encontraram uma imagem de Nossa Senhora negra. Logo depois o espaço foi invadido por vestidos e capas volumosas com estampa de peixes, representando o milagre que, segundo a história, proporcionou um aumento de peixes na região onde a imagem foi encontrada. Depois disso, vimos looks com capas de chuva, tecidos de nylon, mochilas grandes e muitas sobreposições de peças, os quais representavam os romeiros que viajavam durante dias até a cidade de Aparecida.
No emocionante final, uma modelo negra entra na passarela representando Nossa Senhora Aparecida. Quem disse que não construímos histórias através das roupas?
Fotos: Leo Faria/ Agência Fotosite.